RESPOSTA SEXUAL AUTORREFERIDA DA MULHER NA TERCEIRA IDADE
DOI:
https://doi.org/10.35919/rbsh.v31i1.293Palavras-chave:
Sexualidade, Envelhecimento, AlteraçõesResumo
Apesar do aumento da expectativa de vida, a sexualidade no idoso não tem recebido a devida importância da sociedade. Com o envelhecimento, o corpo passa por alterações fisiológicas, psicológicas e sociais que interferem na prática sexual. O objetivo do presente estudo foi descrever autorrelato de mulheres idosas sobre aspectos que interferem na resposta sexual. Trata-se de um estudo descritivo com amostra de 65 idosas cadastradas em um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do município de Aracaju (SE). Foi utilizado um questionário semiestruturado. O teste X2 de Pearson foi utilizado para associação das variáveis. Considerou-se significativo o valor p≤0,05. Os resultados apontaram que 52,54% das entrevistadas eram viúvas e 61% eram sexualmente inativas. O fato de ser viúva (p=0,007), baixa escolaridade (p=0,001) e dormir em quarto compartilhado (p=0,006) esteve associado à inatividade sexual. As causas de inatividade mais relatadas foram a falta de um parceiro (25%) e de privacidade (20%). A maioria das mulheres sexualmente ativas mantinham relações por prazer (86,95%). A idade não teve associação significativa com a atividade sexual. A crença de aceitação dos filhos esteve associada ao interesse das idosas em relacionar-se amorosamente após ficar viúva ou se divorciar (p=0,003). Dessa forma, conclui-se que não foi a idade que interferiu nas relações afetivas e sexuais das idosas entrevistadas, e sim fatores sociais associados ao envelhecimento. Um dos desafios da área da saúde é quebrar os mitos e os preconceitos na sociedade e preparar futuros idosos para uma senescência mais saudável.