ENTRE O SABER E O AGIR
A INSEGURANÇA DOCENTE DIANTE DA VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTIL
DOI:
https://doi.org/10.35919/rbsh.v36.1290Palavras-chave:
Formação de professores, Violência contra crianças, Rede de proteção, Educação em sexualidade, Políticas públicasResumo
Este estudo analisa a percepção de educadores da rede pública sobre a violência sexual contra crianças, com foco em sua formação, preparo e atuação. A pesquisa, de caráter descritivo e exploratório, adotou abordagem quanti-qualitativa. O levantamento ocorreu em encontros formativos sobre identificação de indícios e suspeitas de violência sexual, fruto da parceria entre CREAS e Secretaria Municipal de Educação de Guaratinguetá-SP. Em junho de 2023, foram realizados cinco encontros, no horário de trabalho coletivo (HTPC), com duração de duas horas cada, com a participação de 280 docentes do ensino fundamental I. Foram aplicados dois questionários: o primeiro, com cinco questões fechadas e espaço para comentários, e o segundo, com uma questão mista e outra em escala Likert. A análise utilizou estatística descritiva e análise de conteúdo, com categorias emergentes das respostas. Os resultados indicam que 93,6% afirmam compreender o conceito de violência sexual, mas 54,3% não se sentem preparados para lidar com a temática. Apesar disso, 87,8% consideram relevante tratar do tema nas escolas. Dificuldades emocionais, insegurança jurídica e ausência de suporte institucional foram destacadas. Conclui-se pela adoção urgente de formação continuada, suporte psicológico, inserção da educação em sexualidade no currículo e fortalecimento da articulação entre escola e rede de proteção.
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