SUPER-SEXO
A INFLUÊNCIA DO FILME PORNOGRÁFICO NO COMPORTAMENTO SEXUAL MASCULINO
DOI:
https://doi.org/10.35919/rbsh.v26i2.130Palavras-chave:
pornografia, filmes pornográficos, mídia, comportamento sexualResumo
O ato de registrar o cotidiano – incluindo a vida sexual – faz parte da experiência humana desde tempos muito antigos. Ao longo do tempo e do espaço, o ser humano encontrou várias formas de registrar suas experiências sexuais. Porém, somente nos últimos 50 anos é que temos vivenciando momentos de maior abertura para falar de assuntos sexuais. Há muito tempo que sexo é um tema tabu na sociedade, por tratar de intimidade. Assim, a pornografia provoca admiração e repúdio. Assumindo que o comportamento humano é socialmente construído, o comportamento sexual também é resultado de um processo contínuo de aprendizado. Tal processo educativo conta, entre outros elementos, com a participação dos filmes pornográficos. Tais filmes atuam massivamente no imaginário – individual e coletivo – e reforçam ideias, estereótipos, padrões de comportamento que podem ser entendidos pelos consumidores de pornografia como representação da realidade e, portanto, elementos de (re)produção. A pornografia apresenta um ‘super-sexo’, contemplando performances e desempenhos sexuais extremamente atléticos e pouco conectados com a realidade. Assim, os homens consomem um ideário de masculinidade, virilidade e uma gama de práticas e performances que se ‘naturalizam’ e, portanto, passam a fazer parte de seus anseios e expectativas. Quanto mais longe da realidade do indivíduo se encontra tal lógica e tal estética, maior é o grau de frustração (sexual) do indivíduo. Ao associar estudos sobre a vida sexual com pesquisas acerca da pornografia, podemos perceber que a frustração quanto ao desempenho pode ser fator desencadeador de disfunções e inadequações sexuais, especialmente na população masculina – público-alvo prioritário dos filmes pornográficos. O estudo da influência da pornografia no comportamento sexual pode contribuir com o processo de redução de tais angústias e na busca de uma vida sexual mais autônoma, menos normativa.