“NÃO SÓ PARA MENINAS”
A EXPERIÊNCIA DE UM CURSO DE EDUCAÇÃO PARA SEXUALIDADE COM ADOLESCENTES
DOI:
https://doi.org/10.35919/rbsh.v27i2.108Palavras-chave:
educação sexual, adolescentes, escolaResumo
Questões como gravidez precoce e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis estão entre o conjunto de preocupações mais alarmantes em relação à deficiência de educação para sexualidade voltada aos jovens. A partir da realização de uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo realizada na clínica da Família Olímpia Esteves, localizada em Realengo, no Rio de Janeiro, foi possível traçar o perfil das adolescentes usuárias da clínica e residentes
no bairro, havendo a percepção da necessidade de criação de um curso de educação para sexualidade. Realizou-se, então, o curso de multiplicadores em educação sexual “Não Só Para Meninas”, implementado na Escola Municipal Nicarágua do bairro de Realengo. Este artigo tem como objetivo traçar o perfil dos adolescentes participantes do curso, que têm média entre 12 a 14 anos, estudantes do oitavo ano, além de analisar as mudanças que a intervenção da educação para sexualidade trazem para a vida de um jovem. Os dados coletados nos questionário evidenciaram que a idade média do início da prática sexual é cada vez mais cedo, aos 12 anos de idade, feita na maior parte dos casos sem a orientação adequada, em que 72% dos adolescentes relataram não conversar sobre suas dúvidas sexuais com ninguém. O desenvolvimento desse curso disponibilizou um espaço para debate e reflexão dos adolescentes, tornando-os potenciais multiplicadores em educação sexual entre os demais. Os adolescentes que participaram da experiência evidenciaram mudanças de comportamento, principalmente mudanças relacionadas à autoimagem e autoestima, incluindo o crescimento de um interesse maior aos estudos.