PERFIL E FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, DA REGIÃO DOS CAETÉS, SOBRE IDENTIDADE DE GÊNERO
DOI:
https://doi.org/10.35919/rbsh.v35.1162Palavras-chave:
Identidade de Gênero, Transgêneros, Minorias Sexuais e de Gênero, Formação Profissional, Educação ContinuadaResumo
Introdução: A Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (PNSILGBT+) objetiva a eliminação da discriminação e do preconceito institucional nos serviços de saúde, com ênfase na formação e capacitação profissional para o atendimento desta população. Objetivo: Verificar o perfil, a formação acadêmico-profissional em saúde e seus saberes sobre Identidade de Gênero. Materiais e Métodos: É um estudo transversal, realizado com profissionais da saúde atuantes na Região dos Caetés. Foram coletados dados em um questionário semiestruturado de forma on-line, pelo Google Forms, de Março a Agosto de 2021. Resultados: A amostra foi composta de 73 participantes, sendo 82,19% do sexo feminino, 100% cisgênera, com idade média de 32,37±7,80 anos, autodeclarados católicos (65,75%); a maioria dos profissionais de saúde são da Enfermagem (34,24%), atuantes na Atenção Terciária (50,68%). Os voluntários relatam não compreender a diferença entre pessoas Cisgênero e Transgênero (57,53%), admitindo não possuir formações sobre Identidade de Gênero ou Atendimento a Pessoas LGBTQIAPN+ (79,45%), entretanto, 87,67% compreendem a importância de formações sobre tal temática para o cuidado desta população. Conclusão: A formação acadêmica e permanente dos profissionais da saúde ainda carece de ensinamentos sobre a temática estudada, ponto fundamental no cumprimento das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) dos cursos da Saúde, da Política Nacional de Educação Permanente e, principalmente, da PNSILGBT+.
Downloads
Referências
APA. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV). Springer Reference. 2012.
ARISI, B. M.; ÁVILA, S.; SALA, S. Sexualidade no interior conservador brasileiro: uma experiência de educação para a diversidade sexual e de gênero em Foz do Iguaçu. Amazônica: Revista de Antropologia, v. 8, n. 2, p. 482-95, 2016.
BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo, v. I, II. Tradução Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.944, de 27 de agosto de 2009. Institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Diário da União (DF), 2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt1944_27_08_2009.html. Acesso em: 24 mar. 2022.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 2.803, de 19 de novembro de 2013, Redefine e amplia o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS). Diário da União (DF), 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt2803_19_11_2013.html. Acesso em: 22 abr. 2024.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 2.836, de Dezembro de 2011. Instituí no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Diário da União (DF), 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2836_01_12_2011.html. Acesso em: 15 jan. 2021.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 457, de 19 de agosto de 2008. Define as Diretrizes Nacionais para o Processo Transexualizador no Sistema Único de (SUS). Diário da União (DF), 2008. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2008/prt0457_19_08_2008.html. Acesso em: 22 abr. 2024.
BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde da população de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Revista de Saúde Pública, v. 42, n. 3, p. 570–573, 2008.
BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde sexual e saúde reprodutiva cadernos de atenção básica. Brasília-DF, v. 1, n. 1, 2013.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde - Departamento de ações programáticas estratégicas: Política nacional de atenção integral à saúde do homem (Princípios e Diretrizes), 2009.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL, Ministério da Saúde. Temático Prevenção de Violência e Cultura de Paz II. Brasilia, DF: Organização Pan-Americana de Saúde, 2008.
COSTA, D. A. S. et al. Diretrizes curriculares nacionais das profissões da Saúde 2001-2004: análise à luz das teorias de desenvolvimento curricular. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 22, n. 67, p. 1183–1195, 2018.
FERNANDES, F. B. M. Assassinatos de travestis e “pais de santo” no Brasil: homofobia, transfobia e intolerância religiosa. Saúde em Debate, v. 37, n. 98, p. 485-492, 2013.
FERNANDEZ, J. C. A.; SILVA, R. A.; SACARDO, D. P. Religião e saúde: para transformar ausências em presenças. Saúde e Sociedade, v. 27, n. 4, p. 1058–1070, out. 2018.
GALLI, R. A. et al. Corpos mutantes, mulheres intrigantes: transexualidade e cirurgia de redesignação sexual. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 29, n. 4, p. 447–457, 2013.
GUIMARÃES, R. C. P.; CAVADINHA, E. T.; MENDONÇA; A. V. M.; SOUSA, M. F. Assistência a população LGBT em uma capital brasileira: o que dizem os Agentes Comunitários de Saúde? Tempus Actas de Saúde Coletiva, v. 11, n. 1, 2017.
LEVY, L. Aporias of Blame and Punishment in Simone de Beauvoir’s “Œil pour Œil.” Hypatia, v. 36, n. 4, 2021.
MARQUES, A. C. M.; ALVES. N. C. Crimes sexuais contra mulheres em situação de conflito. Revista de Estudos e Pesquisas Avançadas do Terceiro Setor, v. 4, n. 1, p. 324-341, 2017.
MENEGON, C.; SILVA, E. W. A sexualidade feminina e a psicanálise: rompendo as amarras da moral sexual cristã e do sexo como reprodução. Gênero & Direito, v. 4, n. 3, 2015.
MUEHLENHARD, C. L.; PETERSON, Z. D. Distinguishing Between Sex and Gender: History, Current Conceptualizations, and Implications. Sex Roles, v. 64, p. 791–803, 2011.
MURIBECA, M. M. M. Das origens da sexualidade feminina ao feminino nas origens da psicossexualidade humana. Revista Estudos de Psicanálise, Belo Horizonte, n. 33, p.101-108, 2010.
NEGREIROS, F. R. N. et al. Saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: da Formação Médica à Atuação Profissional. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 43, n. 1, p. 23–31, 2019.
NOGUEIRA, F. J. S.; ARAGÃO, T. A. P. Política nacional de saúde integral LGBT: O que ocorre na prática sob o Prisma de usuários (as) e profissionais de saúde. Saúde e Pesquisa, v. 12, n. 3, p. 463-700, 2019.
OLIVERA, A. G. C.; VILAÇA, A. F.; TORRES GONÇALVES, D. Da transexualidade à disforia de género – protocolo de abordagem e orientação nos cuidados de saúde primários. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, [S. l.], v. 35, n. 3, p. 210–22, 2019.
PAULINO, D. B.; RASERA, E. F.; TEIXEIRA, F. B. Discursos sobre o cuidado em saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais (LGBT) entre médicas(os) da Estratégia Saúde da Família. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, p. e180279, 2019.
PEREIRA, C. R. et al. Preconceito contra homossexuais e representações sociais da homossexualidade em seminaristas católicos e evangélicos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 27, n. 1, p. 73–82, 2011.
ROCON, P. C. et al. Acesso à saúde pela população trans no brasil: nas entrelinhas da revisão integrativa. Trabalho, Educação e Saúde, v. 18, n. 1, p. e0023469, 2020.
SCOTT, J. “Gender: A Useful Category of Historical Analysis”. Gender and the Politics of History. New York: Columbia University Press. Tradução de Christine Rufino Dabat e Maria Betânia Ávila. 1989.
SOALHEIRO, L. H. M.; CANÇADO, P. O. M. A garota dinamarquesa: reflexão sobre o direito fundamental à sexualidade. Revista Gênero, Sexualidade e Direito, v. 3, n. 1, p. 1-16, 2017.
TAVARES, J. D. S. et al. Conhecimento dos estudantes da saúde acerca da Política Nacional de Saúde Integral à População LGBT e sua abordagem clinica como futuros profissionais. Temas em Saúde, João Pessoa, v. 19, n. 3, p. 178-197, 2019.
VALA, J.; BENEDICTA, M. Psicologia social. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, v. 9, n. 1, 2013.
VISGUEIRA, F. L. L. et al. Análise do conhecimento de estudantes de medicina acerca da identidade de gênero. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 45, n. 4, p. e192, 2021.
WPATH. Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero. World Professional Association for Transgender Health. 7 ed. 2012. Disponível em: https://www.wpath.org/media/cms/Documents/SOC%20v7/SOC%20V7_Portuguese.pdf. Acesso em: 22 abr. 2024.
ZERBINATI, J. P. Desvelando a vivência transexual: gênero, criação e constituição de si-mesmo. Dissertação (Mestrado em Educação Sexual). UNESP: 2017. Disponível em: https://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNSP_4c8a39ea0a8e9233e9385fd29b6cb07e. Acesso em: 22 abr. 2024.
ZERBINATI, J. P.; BRUNS, M. A.T. Sexualidade e educação: revisão sistemática da Literatura Científica Nacional. Travessias, v. 11, n. 1, p. e16602, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Pê Nascimento Barbosa, Roseane do Socorro da Silva Matos, Erica Feio Carneiro Nunes, Cibele Nazaré Câmara Rodrigues
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.