CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL
A TRAJETÓRIA DA DENÚNCIA DESDE A "REVELAÇÃO NÃO ACEITA" À "REVELAÇÃO ACEITA"
DOI:
https://doi.org/10.35919/rbsh.v16i2.468Palavras-chave:
Abuso sexual, revelação não aceita, revelação aceitaResumo
Este trabalho dialoga com as expressões comumente utilizadas na teoria e mesmo na clínica relativas ao abuso sexual: síndrome do segredo e revelação do segredo. Entendemos, a partir da nossa experiência clínica de atendimento a adolescentes vítimas de abuso, que os termos "revelação não aceita" e "revelação aceita" são mais adequados para o entendimento, identifica- ção, acolhimento e tratamento das situações de abuso sexual, considerando o espaço familiar e o espaço público das pessoas que convivem com a criança ou adolescente em situação de violência e com ele atuam nas instâncias de assistência, proteção e garantia de direitos. "Revelação não aceita" se configura como as expressões não verbais, como as manifestadas pelo corpo e pela emoção, e mesmo aquelas verbalmente expressas, mas desqualificadas pelo adulto. "Revelação aceita", por sua vez, se configura como o momento em que a revelação é aceita como efetivamente ocorrida no espaço intrafamiliar.